O
jornalista Reinaldo Azevedo que tem no currículo
passagem em importantes veículos de comunicação do país, tais como: Revista Veja,
Rádio Jovem Pan, Revista Primeira Leitura,
Revista Bravo e tendo sido também comentarista da Rede TV,
consagrou-se como um dos grandes nomes do jornalismo político do país, sobretudo,
pela sua postura crítica ao PT e aos governos Lula-Dilma,
tendo sido responsável por cunhar o termo petralha.
Atualmente
mantém uma coluna na Folha de São Paulo, possui um
blog no Portal UOL e tem um programa na rádio Band News FM. Por todo
este histórico profissional, Reinaldo Azevedo, é conhecido no país inteiro,
odiando por uns e amado por outros.
Azevedo, por conta dos seus muitos textos
publicados em seu antigo blog hospedado no site da revista Veja,
era chamado pelos esquerdistas, carinhosamente, de um legítimo representante da
extrema de direita, pois, além dos textos ácidos e das muitas denúncias feitas
ao Partido dos Trabalhadores e, por conseguinte, aos governos Lula-Dilma,
o jornalista também escreveu um livro muito famoso intitulado: O país dos
petralhas.
Nos
últimos anos, porém, o intrépido jornalista adotou uma postura bastante
estranha, diria mesmo, que oposta e muito contraditória com tudo que escrevera
antes. É lógico que todos podem mudar, porém, o tio Rei, como gosta de ser
chamado, não deu qualquer explicação para a mudança, muito pelo contrário, chegou
a dizer diversas vezes que não mudou, somos nós meros mortais ignorantes, que
somos muito burros e incapazes de interpretar, de forma correta, tudo o que ele
falou e escreveu num passado não muito distante.
Para
muitos, a postura de Reinaldo Azevedo além de contraditória a
tudo que escreveu e falou, demonstra de verdade o seu real caráter intelectual,
que não seria de alguém compromissado com os valores conservadores e com o bom
jornalismo sim com interesses politiqueiros vinculados, principalmente, aos
tucanos (PSDB), pois, a mudança de postura de Reinaldo Azevedo
passou a ser mais notória na medida em que a Lava Jato avançou
contra o tucanato.
Ele
que sempre foi próximo aos políticos do PSDB (FHC, Serra, João Dória,
etc.) passou a ser um crítico voraz da operação Lava Jato
representada nas figuras do juiz Sérgio Moro e do procurador Deltan
Dallagnol.
O que
chamou mais atenção dos seus antigos admiradores e leitores foi a intensidade
das críticas e a defesa quase que patológica de Luís Inácio Lula
da Silva, pois, o Tio Rei não poucas vezes, acusou Moro e Deltan
de atuarem de forma totalmente parcial no caso Triplex e Sítio de Atibaia que
envolveu o processo e posterior condenação do ex-presidente.
Reinaldo Azevedo passou a brigar com seus
antigos colegas de direita a ponto de ser chamado por muitos de esquerdista
(algo que eu pessoalmente discordo), pois, suas posturas em nada lembravam
aquele jornalista destemido que enfrentou o PT. Por outro lado, passou a
receber elogios até mesmo do Lula ou de deputados do PT e da
esquerda em geral, pois, segundo estes, até o Tio Rei, jornalista conservador,
via que Moro e Deltan conspiravam contra Lula.
Pois
bem, Reinaldo Azevedo vibrou quando o STF, em decisão
monocrática do ministro Edson Fachin anulou as condenações de Lula
e deve ter vibrado ainda mais quando Moro foi considerado parcial no
julgamento de suspeição do juiz da Lava Jato. Embora para grandes juristas e
para a população em geral, bem como, na visão de muitos outros jornalistas, a decisão
de Fachin e da Segunda Turma do STF tenha sido mais uma das muitas
manobras jurídicas que mais desmoralizam a Suprema Corte do que mostra inocência
de Lula, para o Tio Rei isso é só intriga de grupos de extrema direita (sim,
ele que era chamado de extrema-direita agora chama os outros).
O Reinaldo Azevedo que traiu o bom jornalismo e se jogou – sabe-se lá por quais razões – no colo da esquerda mais vil que esse país já produziu, desceu nesse 1º de abril se afundou um pouco mais no pântano da decadência, pois, entrevistou, com todas as honras de um chefe de estado, nada mais e nada menos do que Luís Inácio Lula da Silva.
Entrevistar um ex-presidente, mesmo sendo o Lula, não seria um
problema, afinal, o trabalho do jornalista entre outras coisas, é entrevistar,
o problema reside é no propósito já não mais oculto, de justificar uma suposta
injustiça sofrida por Lula, bem como, atacar o presidente Jair Bolsonaro
(odiado por Reinaldo Azevedo com todas as forças), natural adversário político
de Lula.
Já não
é mais segredo para ninguém que FHC e o PSDB ensaiam uma aproximação com Lula para
enfrentar Bolsonaro, pois, a união das forças poderia ser essencial para
derrotar o atual presidente do país. Isso seria algo irreal noutros tempos,
diria mesmo que um delírio, mas no Brasil de hoje e com os fatos que ocorrem
diante de nossas vistas, isso é perfeitamente possível.
Azevedo ao entrevistar Lula com toda a
pompa imerecida, não apenas negou em ações tudo o que falou no passado, como
demonstrou uma postura serviçal e de verdadeira vassalagem aos interesses das
elites dominantes.
O mais engraçado de tudo é que a entrevista foi concedida no dia 1º de abril, data conhecida como “o dia da mentira”. Não podemos negar que o Tio Rei, apesar de tudo, ainda tem bom humor, pois, não haveria melhor data para uma entrevista com ao Lula. E para provar também que o ex-presidente também é bem humorado e que gosta de uma boa piada, ele iniciou a entrevista com a seguinte frase:
“Nessa entrevista aqui só vale a verdade e a pura verdade somente a verdade”.
Pois é, depois nós brasileiros não entendemos o porquê do Brasil ser chamado de o país da piada pronta. Forte abraço e uma ótima sexta-feira santa.
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