Quantos banheiros são necessários?

Um ocorrido no estabelecimento Bar do Ibinha, no centro de Caxias, no último domingo, vem pautando os debates nas redes sociais durante a semana. Na ocasião, um cliente transexual afirma ter sido constrangido pelo proprietário do recinto ao entrar no banheiro feminino.
Bar do Ibinha
Confira o vídeo:

 
Autoria: Vi Marinho (Whatsapp)

O relato do ocorrido pela voz do cantor Vi Marinho, definição do próprio, é praticamente a única versão que circula nas redes. E pela ausência de narrativas divergentes, e a dificuldade do contato com o proprietário, levam a crer que o que de fato ocorreu não foi muito distante do apresentado.

O grande erro dos conservadores ao combater ideologias destrutivas como o feminismo, gayzismo e o vitimismo racial e cair na armadilha de calar-se ou não argumentar que o machismo, a homofobia e o racismo existem. Eles existem e obrigatoriamente devem ser enfrentados, só não se manifestam e nem são combatidos como estes grupos pregam, pois, os mesmos em nada tem a ver (e não os representam) com mulheres, homossexuais, e negros/indígenas/outros. Essa omissão é sabiamente utilizada por estes grupos, através dos tradicionais chavões, machista, homofóbico, racista, assim calando quem quer que ouse entrar no seu caminho e forçando a todos a aceitarem suas regras e posteriormente suas leis. Como, por exemplo, dar o direito a qualquer pessoa que se ache mulher entrar em banheiros femininos.

O fato é que, sob as circunstâncias conhecidas, mesmo estando correto ao se opor à livre circulação e ao uso de pessoas anômalas ao propósito, a banheiros para uso exclusivo de mulheres ou mesmo de homens. O dono do estabelecimento perde a razão ao tratar de forma agressiva e desproporcional um cliente, que ali estava como qualquer outro, consumindo e ordeiramente congratulando com amigos. É importante dissociar os atos, e esta forma para lidar com o caso deve ser reprovada, inclusive, porque o proprietário poderá ser julgado de forma também desproporcional, por homofobia, crime que não cometeu. (Mas há outro ponto a ser analisado, continue lendo!)

Toda pessoa tem o direito de vestir-se, portar-se e frequentar qualquer lugar público e estabelecimentos privados abertos ao público, independentemente de gênero, cor e crença. Certo do dever de respeitar as instituições e suas regras e também as crenças dos demais. Banheiros não são definidos por questões puramente comportamentais, mas também por determinadas características físicas, a exemplo dos mictórios muito comuns em banheiros masculinos compartilhados, e barras de apoio em banheiros para pessoas com alguma limitação motora, além de é claro permitir um nível mínimo de privacidade.

Assim como nos esportes que apenas homens biológicos, mas que se sentem mulher, impõem sua vontade de competir com mulheres biológicas, só se houve falar de mulheres trans adentrando banheiros femininos. E de um ponto racional, vendo apenas o comportamental, faz sentido o desconforto que uma mulher trans possa passar em um banheiro masculino. Mas, no próprio vídeo, o cantor Vi Marinho afirma que, recentemente passara a "ser mulher 24 horas", deixando a dúvida de como era antes dessa decisão, ou até se pode voltar a "ser mulher" em apenas determinados horários ou em determinados locais. E o mais importante, devem ser ouvidas também as opiniões das mulheres (biológicas) a respeito do caso. Por exemplo, a também cantora, Isa Medeiros
Autoria: Isa Medeiros (Instagram)
O desconforto, já que é impossível conhecer todas as pessoas em todos os locais, é no mínimo o mesmo para ambos, mas por que um dos lados não tem voz neste debate tem que aceitar esta imposição sem reclamar. Por fim, quantos banheiros serão necessários para agradar ou "representar" todos os desejos humanos?
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